Impossível não ficar arrepiado com o que aconteceu ontem, antes do iníco da partida de Futebol entre o Brasil e a Argentina, no "Mangueirão", em Belém.
Aquele estádio cantando o Hino Nacional Brasileiro, sem acompanhamento, fez todo brasileiro sentir orgulho, foi emocionante!
Hoje tomei conhecimento que a iniciativa dos paraenses tomou conta de redes sociais como twitter e facebook e emocionou até os jogadores acostumados a estes cerimoniais.
E todos falam do patriotismo, do exemplo, mas vamos "cair na real".
Me sinto muito tranquilo de levar você nessa viagem, de quetionar o arrepio que você sentiu, pois sou um serviçal da Pátria, nacionalista de carteirinha e talvez seja o único brasileiro que tem uma bandeira do Brasil em cada cômodo da casa e que apesar dos mais de 25 anos de formaturas e solenidades ainda chora ao ouvir o Hino Nacional Brasileiro!
Vamos lá.
O que vem a ser patriotismo?
Patriotismo por definição, é o espírito de solidariedade entre pessoas que tenham interesses comuns, constituindo um Estado, e que, ao viver sob mesmas leis, as respeitem com ânimo maior que o ânimo que empregam na defesa de interesses, ambições e avarezas particulares.
Definição tosca, pra decorar, colocar na prova e ganhar um ponto!
Esse patriotismo que se manifesta só em época de futebol ou olimpíadas, chamado patriotismo esportivo vem iludindo o brasileiro há muito tempo. O sujeito arranca uma bandeira suja de dentro do armário, veste uma camisa amarela mofada, amarra uma fita amarela no carro ferrado, pinta até o infeliz do cachorro, emporcalha as ruas com desenhos de gosto duvidoso e acha que é patriota. O imbecil nem conhece seus direitos de cidadão, é tratado como um marginal e só tem o direito de espernear, que é dado a qualquer enforcado. E ainda acha que isso é patriotismo.
Esse sentimento está muito próximo ao fanatismo do Islã ou das seitas que exigem dos pobres até o que não possuem por um lugar ao lado de Deus!
O verdadeiro patriotismo nasce da cidadania experimentada em todos as suas nuances e que te constrange a amar o lugar que te permitiu nascer e crescer como ser humano. É um sentimento coletivo que não termina ao final de uma partida de futebol, mas permanece latente e vigilante pela manutenção dessas condições para os seus filhos e netos.
O verdadeiro patriotismo nasce do nacionalismo, que se baseia no conhecimento da sua nação, dos seus heróis, dos seus direitos, dos seus deveres, da sua história e que gera um sentimento de orgulho e uma vontade de buscar tempos melhores para todos que dividem este mesmo sentimento.
Ainda esta semana, estava ajudando o meu filho a se preparar para uma prova de história, quando me deparei com uma declaração do General Davi Canabarro.
O respeitado chefe farroupilha lutou por nove longos anos contra as forças do Imperador D. Pedro II, defendendo ideais republicanos em uma sangrenta guerra civil que arrasou nosso país no século XIX.
A declaração que me chamou a atenção foi dada ao ditador Argentino, Manuel Rosas, que interessado em se aproveitar da situação, ofereceu ajuda militar ao General.
"Senhor! o primeiro soldado Argentino que atravessar a fronteira fornecerá o sangue com que será assinada a paz com o Império. Acima de nosso amor à República colocamos o nosso brio, a integridade da Pátria. E se puserdes agora os vossos soldados na fronteira, encontrareis, ombro a ombro, meus soldados e os soldados do Senhor D. Pedro II."
Assim como a postura desse general, temos inúmeros exemplos em nossa história de homens que merecem o título de patriotas.
Cidadãos que não venderam seus princípios por fama, dinheiro ou facilidades! que "vestiram a camisa" da nação durante uma vida inteira!
Precisamos resgatar urgentemente essas memórias...
Precisamos repensar o nosso "patriotismo".
Quanto a manifestação de ontem naquele estádio, não tiro seu valor, mas só vi um monte de brasileiros fazendo o certo, pelo motivo errado!
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