Como todo brasileiro que honre as suas calças, ou mesmo saias, adoro futebol.
Nem consigo entender como um ser vivo e inteligente, que se diz civilizado, pode dizer que não gosta do "esporte bretão"!
E foi com a pergunta de um amigo alienígena, de um desses países do primeiro mundo, ecoando em minha cabeça que me lembrei do texto abaixo.
Eu devo tê-lo lido há pelo menos dez anos, sei lá, não sei quem é o autor, só sei que foi difícil de achar mesmo usando o Google e outos dispositivos de busca.
Leiam, tenho certeza que o ódio de vocês por esses seres que não entendem nossa paixão, há de amainar...
“Essa foi a primeira e a última vez que eu assisti a um jogo de futebol, a experiência não foi muito boa para mim.
A expectativa era muito grande, entrei num lugar enorme, chamado estádio, estava lotado. Mais tarde me disseram que era final, eu não entendi – como final? – eu
acabara de entrar, pagando para entrar um preço exorbitante, porque um tal de cambista me disse que não tinha mais lugar; futebol deve ser mesmo importante para ter
até cambista.
A primeira vista, parecia que eu ia ver o maior espetáculo da Terra, cheguei até a comentar com alguém, ele me confirmou, esse era o maior espetáculo da Terra. Eu
fiquei cheio de expectativas, cresci fechado, estudando, nunca tive tempo para me informar sobre esportes.
Procurei um lugar para mim, para meu azar, havia um grupo atrás que falava algumas palavras ofensivas, do tipo: hoje o matador vai acabar com eles, vamos acabar com
sua raça.
Pensei comigo: Esse tal de futebol, deve ser parecido com tourada, só pode ser isso, vão matar o boi.
Pouco tempo depois, começaram a entrar várias pessoas, formando dois grupos, um de camisa vermelha e um de camisa branca. Logo depois entraram três homens de roupa
completamente preta, imaginei que eram alguém muito importante pois todos ficaram em silêncio, cheguei a ficar preocupado.
Cantaram o hino nacional, num protocolo de dar medo, sempre sob a liderança do homem vestido de preto.
Os dois grupos se encontraram, cumprimentaram-se e foram para o centro do campo.
O homem de preto colocou o pé sobre a bola, bem no centro do campo, apitou, e um dos homens chutou a bola.
Foi aí que começou o pastelão, um homem do outro grupo foi pegar a bola, mas foi impedido, cada vez que alguém de seu grupo tentava pegar a bola, o outro grupo chutava
a bola.
Estava na cara que isso ia acabar em briga; a certa altura, alguns se desentenderam, iniciaram uma briga, o homem de preto apitou alto, imediatamente, todos pararam a
briga e ficaram quietos.
O homem de preto chegou a tirar um papel amarelo, do bolso da camisa, levantou para cima, acho que ele pretendia era tirar outra coisa, porque ele logo guardou o
papel amarelo no bolso, estava emocionado.
À essa altura, percebi que o homem de preto era o dono da bola, pois só ele pegava a bola com a mão, os outros só podiam encostar os pés. O primeiro que colocou a mão
na bola, levou uma tremenda bronca do homem de preto.
Durante quarenta e cinco minutos, foi a mesma coisa, vinte e dois homens correndo atras de uma bola sem poder pegar. Para alívio de todos, o sofrimento acabou,
entraram todos numa porta, por onde tinham entrado.
Alguém atrás de mim disse – Vai melhorar, vamos acreditar, vai melhorar – aí, eu me animei, se ele falou que ia melhorar, é porque ia, estava eufórico.
Depois de quinze minutos, depois de todos irem ao banheiro, fizeram o lanche, todos estavam de volta ao seu lugar. Alguém disse que ia começar o segundo tempo.
Minha esperança era que acontecesse algo diferente, para minha decepção, aconteceu a mesma coisa do primeiro tempo, ficaram mais quarenta e cinco minutos correndo
atrás da bola, foi demais para mim.
Depois de quarenta e cinco minutos, o homem de preto tornou a apitar, levantou os dois braços, pegou a bola e saiu correndo. Pelo menos uma coisa eu entendi, a bola
era dele mesmo, e ele levou a bola para casa.
Nesse momento um grupo de homens, de camisa vermelha, começou a gritar, o grupo que estava próximo a mim não gostou muito e saiu rápido e foi embora.
Eu pensei muito em participar daquela festa bonita, mas as pessoas próximas a mim estavam com cara de poucos amigos. Pensei até em perguntar porque eles não
participavam da festa, mas a tristeza era tão grande que eu preferi sair dali.
Não gostei muito do tal futebol não, mas tenho uma sugestão para eles:
Será que da próxima vez dá para comprar mais bolas, achei que com uma bola só não dá para jogar direito, afinal com um campo tão grande, vinte e dois homens, uma bola
só é muito pouco, não é mesmo?"
HEHEHE...