sábado, 21 de maio de 2011

O que são "Smart Drugs"? Como agem? Qual a ligação delas com os estudantes?



O que são "Smart Drugs"? Como agem? Qual a ligação delas com os estudantes? Quais os prognósticos de uso e as ameças que oferecem?

Meu primeiro contato com algumas dessas porcarias se deu quando estava me preparando para concursos e depois, já na escola militar.  Naquele tempo não tinham o nome pomposo de "Smart Drugs",  e o uso era  irrisório, se comparado a hoje!

Pelo excesso de horas de estudo diário, exercícios físicos, treinamentos militares, o horário que nos restava para estudar era nas madrugadas. Lembro-me de deitar por volta das 20:00h, quando não estava de serviço, e acordar as 22:00, ao ouvir o toque de silêncio, para estudar. E não poucas foram as vezes em que nem deitei, saí da sala de estudos direto para o café da manhã, que era as 05:30h.
Alguns não aguentavam a maratona e recorriam aos rebites para conseguirem estudar!





Naquela época as principais drogas eram os chamados "rebites". O mais usado na época era o Desobesi (Fenproporex). Hoje existem outros mais potentes, mas todos são Anfetaminas.
As anfetaminas agem de uma maneira ampla afetando vários comportamentos do ser humano. A pessoa sob sua ação tem insônia (isto é, fica com menos sono) inapetência (ou seja, perde o apetite), sente-se cheia de energia e fala mais rápido ficando "ligada". 

A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo, sentindo menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde quando a droga já se foi do organismo. Eu particularmente já presenciei um usuário de rebite, passar a noite estudando e dormir sobre a prova! o infeliz em questão conseguiu um baita zero na nota e uns dias de punição disciplinar!



As anfetaminas não exercem somente efeitos no cérebro. Agem na pupila dos nossos olhos produzindo uma dilatação (o que em medicina se chama midríase). Elas também causam um aumento do número de batimentos do coração (o que se chama taquicardia) e um aumento da pressão sangüínea. Aqui também podem haver sérios prejuízos à saúde das pessoas que já têm problemas cardíacos ou de pressão, que façam uso prolongado dessas drogas sem o acompanhamento médico, ou ainda que se utilizarem delas em doses excessivas.

Se uma pessoa exagera na dose (toma vários comprimidos de uma só vez) todos os efeitos acima descritos ficam mais acentuados e podem começar a aparecer comportamentos diferentes do normal: ela fica mais agressiva, irritadiça, começa a suspeitar de que outros estão tramando contra ela: é o chamado delírio persecutório. Dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia e até alucinações. É a psicose anfetamínica. Os sinais físicos ficam também muito evidentes: midríase (dilatação da pupila) acentuada, pela pálida (devido à contração dos vasos sangüíneos) e taquicardia.

Essas intoxicações são graves e a pessoa geralmente precisa ser internada até a desintoxicação completa. Às vezes durante a intoxicação a temperatura corporal aumenta muito e isto é bastante perigoso pois pode levar a convulsões e até a morte.



Finalmente trabalhos recentes em animais de laboratório mostram que o uso continuado de anfetaminas pode levar à degeneração de determinadas células do cérebro. Este achado indica a possibilidade de o uso crônico de anfetaminas produzir lesões irreversíveis em pessoas que abusam destas drogas.



Mas, como tudo que é ruim nunca vem sozinho, vem em forma de trenzinho. Hoje já se promete inteligência, concentração e memória servidas num só comprimido. A receita parece aliciante, especialmente para estudantes em busca de bom desempenho. 



São as chamadas "smart drugs" (drogas inteligentes) e são o último recurso para estudantes desesperados. Quando a matéria começa a acumular-se e os exames estão à porta, o nervosismo e o medo de falhar aumentam. Com os nervos em frangalhos, vale quase tudo para encontrar estratégias para melhorar o estudo e a memória. Muitos estudantes começam a recorrer a medicamentos e estimulantes para conseguirem resistir a verdadeiras maratonas à frente dos livros - que ainda têm de ser conciliadas com outras tarefas, as baladas imperdíveis!

É aí que entram os terríveis Ritalina (Metifenidato) o Pervitin (Metanfetamina) conhecido nos USA como ICE e o Donepezil (usado para a Alzheimer). 



A Ritalina é um estimulante do sistema nervoso central. Seu mecanismo de ação no homem ainda não foi completamente elucidado, mas  presumivelmente ele exerce seu efeito estimulante ativando o sistema de excitação do tronco cerebral e o córtex. A Ritalina é indicada para Déficit de atenção e hiperatividade (DAH).
O DAH era anteriormente conhecido como distúrbio de déficit de atenção ou disfunção cerebral mínima em crianças. Outros termos utilizados para descrever essa sídrome comportamental incluíam: síndrome da criança hipercinética, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, disfunção cerebral menor e síndrome psicorgânica de crianças. 
É usada pelos estudantes para aumentar a capacidade de memorização e concentração.
Pode causar nervosismo,  insônia, diminuição de apetite, cefaléia (dor de cabeça), sonolência, tontura, discinesia (certos tipos de movimentos involuntários anormais do corpo humano), dificuldades de acomodação da visão e visão embaçada, hiperatividade, convulsões, cãimbras, movimentos coreoatetóides, tiques ou exacerbação de tiques pré- existentes e síndrome de Tourette, psicose tóxica (algumas vezes com alucinações visuais e tácteis), humor depressivo transitório, arterite e/ou oclusão cerebral.
Enfim, uma destruição em um organismo normal!



O Pervitin, à base de anfetamina pura. É um poderoso estimulante. Teve seu ápice na década de 50. Eram indicados inadequadamente para combater a depressão. Qualquer pessoa com 50 anos se lembra do Pervitin, vendido facilmente nas farmácias para quem desejava ou precisava passar noites em claro, dormir pouco ou reduzir o apetite. Foi retirado do mercado por seus graves efeitos colaterais: dependência física, alucinações, irritabilidade, taquicardia, ansiedade, forte diminuição dos reflexos. Mas é facilmente encontrado, inclusive na internet!
O Pervitin é mais conhecido nos USA como Ice ou "Meth". Abaixo a destruição que essa droga pode causar em uma pessoa com poucos meses de uso.




Usuários de Pervitin ou "Meth" como é conhecido nos EUA

O Pervitin conhecido como Ice, Tina, Meth, cocaína de pobre, Speed ou cristal pode ser fumado (em cachimbos como o crack), ingeridas via oral, pode ser “cheirado” (como a cocaína), ou injetado (dissolvido em água ou mesmo em álcool). Você pode conhecer melhor essa droga no artigo "Conheça o "Crystal", mais barato e mais letal que o Crack", neste mesmo blog!



Além desses mais conhecidos, os estudantes embrenham-se em lugares escuros e desconhecidos em busca de resultados rápidos e fáceis. E o must do momento é  fazer uso  de medicação indicada para doenças como a Alzheimer. E o fenômeno, alertam os especialistas, não é exclusivo do nosso país: espalha-se por todo o mundo. Vale tudo para responder à pressão e melhorar os resultados nos estudos.



 As previsões não são animadoras. Espera-se que o uso abusivo de substâncias como a Ritalina (para o défice de atenção) e o donepezil (usado para a Alzheimer) continue a aumentar. Porquê? A culpa é da internet que, segundo os especialistas, disponibiliza e incentiva a sua compra e consumo. Além da falta de conhecimento e responsabilidade dos estudantes.



Experimente digitar o nome de qualquer desses medicamentos em um site de busca e você verá uma enxurrada de fornecedores ilegais!

Amigo estudante, os medicamentos acima citados possuem suas funções específicas, quando prescritos na dose certa para pessoas que necessitem dessas substâncias. "Não têm efeito nenhum na memória", afirmam os neurologistas.  "O máximo que alguém consegue é ficar sem sono e ter uma sensação falsa de concentração e de que está aprendendo com mais facilidade. " A ingestão destes remédios é, no mínimo, burrice. Com o agravante de que o seu uso "altera a biologia normal do cérebro e pode causar efeitos secundários graves".



O pesquisador Tiago Outeiro, do Instituto Molecular de Lisboa, assegura que as substâncias indicadas para o tratamento de doenças degenerativas - como a Alzheimer - "não têm qualquer efeito na memória, como os estudantes pensam". Só que a pressão não perdoa. "Sentem-se pressionados a estimular e a melhorar a performance acadêmica", admite. "É uma tentação pensar-se que medicamentos que ajudam em doenças que afetam a memória podem aumentar o rendimento escolar, só que não existe qualquer relação entre uma coisa e outra." Além de não serem indicados para melhorar o desempenho, podem acarretar sérios problemas como "perturbações psicológicas" e "alterações no equilíbrio normal do cérebro".  "Estes remédios são "altamente viciantes", alerta a neurologista Isabel Martins.



Enfim estudante, ou responsável,  o melhor medicamento para o  sucesso nos estudos, é uma vida saudável e a velha e boa "força de vontade"!

Se você não cuidar do seu corpo, ninguém o fará!


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3 comentários:

Rafael disse...

Muitoooo bomm MUITOO BOM
Parabens Pela Materia

Rafael Franklin!
Grande Abraço

Anônimo disse...

Parabens pelo seu post, seu incentivo a uma vida saudavel, infelismente não para mim, que, frequentemente pego exame, e me rendo a ritalina.

Anônimo disse...

Ritalina: Bom. - Muita concentração;
Donepezil: Bom. - Aumento de 40% da memória de longo prazo;
Creatina: Bom - Aumento de 30 % da memória de longo prazo;

Modafinila (stavigile) Razoavel.- só tira o sono mesmo.
Cafeína: Razoavel (ultrapassada). Só tira o sono mesmo.

O povo quer estudar, quer trabalhar, quer produzir e ser feliz. Quer tomar? toma.

Tem gente fumando maconha, cheirando coca, enchendo a cara de cachaça e batendo o carro. Tão fumando enxofre e alcatrão no cigarro, tão comendo enlatados e bebendo metal pesado com açúcar modificado nos refrigerantes. Tão tomando fluor na agua e ficando lerdos.
E a TV? e as "músicas" sem conteúdo? E o sistema de educação pública (presídios-mirím)?
Está na hora de pararmos de hipocrisia: quer transar toma viagra; quer ficar de boa toma antidepressivo, calmante, antiansiolítico, etc;
É claro que o seu blog tem sim um conteúdo interessante, mas seria muito mais conveniente se houvesse imparcialidade. Se a internet está influenciando o uso destes fármacos é devido a algum efeito positivo quem está ocorrendo.
Eu mesmo já usei todos estes que descrevi (ritalina, stavigile, donepezila, cafeína, creatina) E posso dizer: Funcinam sim, aumentam a disposição sim, melhoram e muito a memória sim. Vai me dizer que é errado? estudar é errado? trabalhar é errado? Tenho que trabalhar, estudar, e me virar para conseguir meus objetivos. Por que faço isso? porque há um sistema social injusto que determina um círculo, repetitivo e malicioso, onde quem é pobre tem que ser lesado (lerdo) pelo lixo tóxico comestível, envenendado pelo flúor (inclusive era assim que mantinham os judeus sob controle nos campos de concentração) e alienados pela TV. Já concluí dois cursos superiores, trabalhando em dois empregos, e às custas destes fármacos. Sou professor universitário com mestrado em ciencias penais, servidor público na área de segurança pública, e tenho muito ainda para produzir. Não estou fazendo apologia a nenhum tipo de droga, mesmo porque eu uso com acompanhamento médico. Mas sou contra a hipocrisia e o boicote às informações. Talvez seja um grande avanço deixar que as pessoas tenham a chance de se informarem sobre tais fármacos, e elas mesmas decidirem o que querem. Ná há crédito em citar fulano ou ciclano, ainda mais na internet, que disse que faz mal, que não funciona, etc... falso moralismo.

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