quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Foi demonstração de patriotismo?


Impossível não ficar arrepiado com o que aconteceu ontem, antes do iníco da partida de Futebol entre o Brasil e a Argentina, no "Mangueirão", em Belém.
Aquele estádio cantando o Hino Nacional Brasileiro, sem acompanhamento, fez todo brasileiro sentir orgulho,  foi emocionante!





Hoje tomei conhecimento que a iniciativa dos paraenses tomou conta de redes sociais como twitter e facebook e emocionou até os jogadores acostumados a estes cerimoniais.
E todos falam do patriotismo, do exemplo, mas vamos "cair na real". 

Me sinto muito tranquilo de levar você nessa viagem, de quetionar o arrepio que você sentiu, pois sou um serviçal da Pátria, nacionalista de carteirinha e talvez seja o único brasileiro que tem uma bandeira do Brasil em cada cômodo da casa e que apesar dos mais de 25 anos de formaturas e solenidades ainda chora ao ouvir o Hino Nacional Brasileiro!



Vamos lá. 
O que vem a ser patriotismo?

Patriotismo por definição, é o espírito de solidariedade entre pessoas que tenham interesses comuns, constituindo um Estado, e que, ao viver sob mesmas leis, as respeitem com ânimo maior que o ânimo que empregam na defesa de interesses, ambições e avarezas particulares.

Definição tosca, pra decorar, colocar na prova e ganhar um ponto!

Esse patriotismo que se manifesta só em época de futebol ou olimpíadas, chamado patriotismo esportivo vem iludindo o brasileiro há muito tempo. O sujeito arranca uma bandeira suja de dentro do armário, veste uma camisa amarela mofada, amarra uma fita amarela no carro ferrado, pinta até o infeliz do cachorro, emporcalha as ruas com desenhos de gosto duvidoso e acha que é patriota. O imbecil nem conhece seus direitos de cidadão, é tratado como um marginal e só tem o direito de espernear,  que é dado a qualquer enforcado. E ainda acha que isso é patriotismo.



Esse sentimento está muito próximo ao fanatismo do Islã ou das  seitas que exigem dos pobres até o que não possuem por um lugar ao lado de Deus!

O verdadeiro patriotismo nasce da cidadania experimentada em todos as suas nuances e que te constrange a amar o lugar que te permitiu nascer e crescer como ser humano. É um sentimento coletivo que não termina ao final de uma partida de futebol, mas permanece latente e vigilante pela manutenção dessas condições para os seus filhos e netos.

O verdadeiro patriotismo nasce do nacionalismo, que se baseia no conhecimento da sua nação, dos seus heróis, dos seus direitos, dos seus deveres, da sua história e que gera um sentimento de orgulho e uma vontade de buscar  tempos melhores para todos que dividem este mesmo sentimento.

Ainda esta semana, estava ajudando o meu filho a se preparar para uma prova de história, quando me deparei com uma declaração do General Davi Canabarro.


O respeitado chefe farroupilha lutou por nove longos anos contra as forças do Imperador D. Pedro II, defendendo ideais republicanos em uma sangrenta guerra civil que arrasou nosso país no século XIX.
A declaração que me chamou a atenção foi dada ao ditador Argentino, Manuel Rosas, que interessado em se aproveitar da situação, ofereceu ajuda militar ao General.

"Senhor! o primeiro soldado Argentino que atravessar a fronteira fornecerá o sangue com que será assinada a paz com o Império. Acima de nosso amor à República colocamos o nosso brio, a integridade da Pátria. E se puserdes agora os vossos soldados na fronteira, encontrareis, ombro a ombro, meus soldados e os soldados do Senhor D. Pedro II."

Assim como a postura desse general, temos inúmeros exemplos em nossa história de homens que merecem o título de patriotas.

Cidadãos que não venderam seus princípios por fama, dinheiro ou facilidades! que "vestiram a camisa" da nação durante uma vida inteira!

Precisamos resgatar urgentemente essas memórias...

Precisamos repensar o nosso "patriotismo".

Quanto a manifestação de ontem naquele estádio, não tiro seu valor, mas só vi um monte de brasileiros fazendo o certo, pelo motivo errado!

Share/Bookmark
Não serão publicados comentários anônimos, nem ofensivos! Se quiser comentar, mostre sua cara, seja educado e coerente!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O povo está descobrindo que é ele quem faz a história



No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a UNE não saiu, não!
É que a UNE estava contando dinheiro.O governo petista já repassou aos pelegos mais de R$ 10 milhões e vai dar outros R$ 40 milhões para eles construírem uma sede de 13 andares, que serão ocupados pelo seu vazio de idéias, pelo seu vazio moral, pelo seu vazio ético.
No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a CUT não saiu, não!
É que a CUT estava contando dinheiro.
O governo petista decidiu repassar para as centrais sindicais uma parte do indecoroso imposto cobrado mesmo de trabalhadores não-sindicalizados. Além disso, boa parte dos quadros das centrais exerce cargos de confiança na máquina federal.
No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, o MST não saiu, não!
É que o MST estava contando dinheiro.O movimento só existe porque o governo o mantém com recursos públicos. Preferiu fazer protestos contra a modernização da agricultura.
No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, os ditos movimentos sociais não saíram, não!
É que os ditos movimentos sociais estavam contando dinheiro.Preferiram insistir no seu estranho protesto a favor, chamado “Grito dos Excluídos”. Na verdade, são os “incluídos” da ordem petista.
Os milhares que saíram às ruas, com raras exceções, não têm partido, não pertencem a grupos, não reconhecem um líder, não seguem a manada, não se comportam como bando, não brandem bandeiras vermelhas, não cultuam cadáveres de falsos mártires nem se encantam com profetas pés-de-chinelo.
Os milhares que saíram às ruas estudam, trabalham, pagam impostos, têm sonhos, querem um país melhor, estão enfarados da roubalheira, repudiam a ignorância, a pilantragem, lutam por uma vida melhor e sabem que a verdadeira conquista é a que se dá pelo esforço.
Os milhares que saíram às ruas não agüentam mais o conchavo, têm asco dos vigaristas que tomaram de assalto o país, não acreditam mais na propaganda oficial, repudiam a política como exercício da mentira, chamam de farsantes os que, em nome do combate à pobreza, pilham o país, dedicam-se a negociatas, metem-se em maquinações políticas que passam longe do interesse público.
O MSP - O Movimento dos Sem-PolíticoVocês viram que os milhares que saíram às ruas estavam acompanhados apenas de seus pares, que, como eles, também saíram às ruas. Era o verdadeiro Movimento dos Sem-Político. Não que eles não pudessem aparecer por ali. O PSOL até tentou “embandeirar” os protestos, mas os presentes não aceitaram. Aquele era um movimento das ruas, não dos utopista do século retrasado, que ainda vêm nos falar, santo Deus!, de “socialismo com liberdade”.
Se políticos aparecessem para também protestar  — não para guiar o povo —, teriam sido bem-recebidos, mas eles não apareceram porque nem se deram conta ainda de que alguma coisa está em gestação, de que um movimento está em curso, de que algo se move no ventre da sociedade brasileira.
Na semana em que milhares de brasileiros evidenciavam nas redes sociais e nos blogs e sites jornalísticos que estão enfarados de lambança, governistas e oposicionistas estavam mantendo conversinhas ao pé do ouvido para tentar preencher a próxima vaga do Tribunal de Contas da União. A escolha do nome virou parte das articulações para a disputa pela Presidência da República em 2014… Governistas e oposicionistas que se metem nesse tipo de articulação, da forma como se dá, não estão percebendo que começa a nascer um movimento, que já reúne milhares de pessoas, que não mais aceita esse minueto de governistas arrogantes e oposicionistas espertalhões. Essa gente, de um lado e de outro, ficou irremediavelmente velha de espírito.
Os caras-pintadas, desta feita, não puderam contar com a máquina dos governos de oposição, como aconteceu com o Movimento das Diretas-Já e do impeachment de Collor. Ontem, e assim será por um bom tempo, eram as pessoas por elas mesmas. Sim, algo se move na sociedade. E é inútil se apresentar para “dirigir” o movimento. Marina Silva até percebeu a onda, mas errou ao apostar que os outros não perceberam a sua onda. Esse movimento, dona Marina, não nasce com assessoria de imprensa, assessoria de imagem, assessoria política e forte suporte financeiro. O seu apartidarismo, candidata, é transitório; o dos brasileiros que foram às ruas é uma condição da liberdade.
O maior em nove anosOs milhares que saíram às ruas ontem, tratados com desdém nos telejornais, fizeram a maior manifestação de protesto contra o “regime petista” em seus nove anos de duração. E algo me diz que vai continuar e tende a crescer. Pagamos um dos maiores impostos do mundo para ter um dos piores serviços públicos do mundo. Sustentamos os políticos que estão entre os mais caros do mundo para ter uma das piores classes políticas do mundo. Temos, acreditem, uma das educações mais caras do mundo para ter uma das piores escolas do mundo. Temos um dos estados mais fortes do mundo para ter uma das maiores cleptocracias do mundo.
O Movimento dos Sem-Partido não rejeita a democracia dos partidos — até porque, sem eles, só existe a ditadura do Partido Único —, mas quer saber se alguém se dispõe efetivamente a romper esse ciclo de conveniências e conivências. Os milhares que foram às ruas desafiaram o risco de ser demonizados pelos esbirros do oficialismo. Perderam o medo.
Sim, em passado nem tão recente, em 2007, um grupo tentou organizar uma reação à corrupção, que se generalizava. Não chegou a crescer como este de agora, mas se fez notar. Tinha uma espécie de palavra-chave para identificar os indignados: “Cansei!” O movimento foi impiedosamente ridicularizado. Escrevi a respeito à época. Foi tratado como coisa de dondocas, de deslumbrados insatisfeitos com o que se dizia ser a “democratização” do Brasil. Houve estúpidos que afirmaram que eram ricos que não suportavam ver pobres nos aviões — como se o caos aéreo punisse apenas os endinheirados.
A menor tentativa de esboçar uma reação aos desmandos dos ditos “progressistas” era tratada a pauladas. Na Folha, Laura Capriglione chegou a ridicularizar uma passeata de estudantes da USP, feita no campus da universidade, que protestavam contra as greves. Os que queriam estudar foram tratados como um bando de reacionários. Os indignados com a corrupção e com a mistificação perderam o medo.
Enfrentar a desqualificaçãoA tentativa de desqualificação virá — na verdade, já veio. Veículos a soldo, dedicados ao subjornalismo oficialista, alimentado com dinheiro público, já fazem pouco caso das manifestações. As TVs ontem deram menos visibilidade aos protestos do que dariam a uma manifestação de descontentamento no, deixe-me ver, Bahrein! Parece que há gente que acha que democracia é uma coisa importante no Egito, na Líbia e na Síria, mas não no Brasil.
É inútil! Os milhares que foram às ruas ontem não precisam da oposição, não precisam do subjornalismo, não precisam do jornalismo simpático às manifestações de protesto do Iêmen… A dinâmica hoje em dia é outra.
Que os sem-partido, sem-grupos, sem-líder, sem-bando, sem-bandeiras vermelhas, sem-mártires e sem-profetas insistam. A oposição, se quiser, que se junte. Quem sabe até ela aprenda a ser livre e também diga com clareza: “Não, vocês não podem!”
Por Reinaldo Azevedo
 Fonte...






Share/Bookmark
Não serão publicados comentários anônimos, nem ofensivos! Se quiser comentar, mostre sua cara, seja educado e coerente!!